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Histórias do além-mar

A artista Leila Danziger partiu da trajetória do próprio pai para refletir sobre uma questão que há décadas assombra as populações do mundo. Na exposição Navio de emigrantes, em cartaz na Caixa Cultural, ela se debruçou sobre documentos históricos para falar de duas ondas de imigração que marcaram a história da humanidade.


Filha de judeu alemão que fugiu a Alemanha nazista, Leila foi em busca de fotografias, listas de passageiros e todo o tipo de documentos sobre quatro navios que aportaram no Brasil vindos da Europa na década de 1930. A esse material, deu vários tipos de tratamento para transformá-lo em linguagem plástica e juntou a segunda parte da pesquisa, sobre os refugiados contemporâneos que saem da África e atravessam o Mediterrâneo em embarcações precárias para fugir de guerras e regimes ditatoriais.


Entre imagens e registros, Leila se deparou com listas de passageiros cujos nomes ela embaralhou em um dos trabalhos. “O que me interessa nessas listas de passageiros é lembrar, nas entrelinhas, daqueles que não conseguiram escapa”, explica a artista que usou jornais e carimbos com versos de Paul Celan e desenhos e gravuras de Lasar segall, outro judeu que veio para o Brasil em fuga da guerra.


Gravuras de Segall impressas postumamente pelo museu que leva o nome do artista em São Paulo também fazem parte da exposição. (Nahima Maciel)


Correio Braziliense, 7/11/ 2018

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