Papéis de um dia (Cinelândia) | One day's paper, 2019 – 2022.
carimbo (tinta gráfica) sobre papel Hahnemühle (65 x 50 cm cada), fotolitogravura sobre papel Arches (50 x 37 cada).
stamp (water based printing ink on label and cardboard) on Hahnemühle paper (65 x 50 cm each), photolithograph on Arches paper (50 x 37 each)
Desde aquele domingo
de outubro
vejo a menina
no exato instante
em que se eleva
sobre a pedra e o bronze
em aceno:
contramonumento
à derrota.
Espaços do ainda (exposição coletiva)
Paço Imperial, Rio de Janeiro, 05 de abril - 26 de junho 2022.
Centro Cultural São9 Paulo, São Paulo, 01 julho - 13 de agosto de 2023
Curadoria: Luiz Cláudio da Costa.
(...) Papéis de um dia (Cinelândia), instalação de Leila Danziger composta por 44 folhas (65 x 50 cm cada) e 3 fotogravuras, alça clamores abafados e acena para um tempo ainda não presente. Estruturados por grades recheadas de parágrafos borrados, os jornais emudecidos de Papéis de um dia (Cinelândia) parecem desonrar o relato evidente da mera informação, apontando para a poesia visual do painel realizada com carimbos, uma pintura mural. Silenciando a notícia com manchas quadriculadas que misturam o azul, o lilás e o vermelho, Papéis de um dia (Cinelândia) convoca a poesia – o livro Cinelândia repousa ao lado, fora do quadro, esperando um leitor para os poemas da artista. Que outras narrativas poderiam conter as páginas de um jornal? Três imagens sugerem o espaço da política, do protesto, da manifestação, mas no tempo inspirador da espera. Uma menina instala-se no alto do monumento de 1910 ao Marechal Floriano Peixoto e acena para a multidão não visível. Ela nos interpela. Seu gesto imobilizado sugere a suspensão. Houve derrotas? O gesto da menina antecipa futuros. Uma lacuna da grade do jornal-pintura sugere um tempo por vir." (Luiz Cláudio da Costa)